O Banco Central divulgou nesta segunda (14) uma prévia do PIB brasileiro que surpreendeu negativamente: o IBC‑Br recuou 0,7% em maio, interrompendo quatro altas consecutivas e ficando abaixo das expectativas do mercado, que previam estabilidade para o período .
Desempenho setorial
- Agropecuária foi o principal motor da queda, com recuo de 4,2% frente a abril.
- Indústria também desacelerou, registrando queda de 0,5%.
- Serviços, o maior segmento da economia, se manteve praticamente estagnado, sem variação relevante.
Excluindo o desempenho da agropecuária, o recuo do indicador atinge 0,3%.
Contexto e reações
- A leitura mensal contrasta com o crescimento anual, que ainda acumula aumento de 3,2% sobre maio de 2024 e queda de 4,0% em 12 meses.
- Um dos reflexos da política monetária mais dura — com a Selic em 15% ao ano — e do encolhimento da atividade no campo.
Analistas, como Rafael Perez da Suno Research, afirmam que com o “esgotamento do impulso do agro”, o impacto dos juros pode se intensificar nos próximos meses, sugerindo uma desaceleração mais ampla.
Efeitos no mercado financeiro
- A retração no IBC‑Br já provocou redução nos juros futuros de curto prazo, reforçando apostas de que a Selic será mantida estável ou até cortada em 2026.
- Todavia, os juros longos subiram em resposta à perspectiva de risco prolongado e pressão cambial .
O que vem por aí
- Copom do BC – A reunião final de julho será decisiva para definição do futuro da Selic.
- Pressões externas – O anúncio das tarifas americanas sobre produtos brasileiros pode acrescentar incertezas ao cenário.
- Cenário para o PIB – Expectativa do mercado aponta crescimento de 2,23% em 2025, segundo o Focus; o governo projeta 2,5%.
Conclusão
O IBC‑Br de maio demonstra que fatores como juros elevados e recuo nas safras podem travar o ritmo da atividade econômica. Os próximos meses serão cruciais para o BC encontrar o equilíbrio entre frear a inflação e estimular o crescimento, enquanto o mercado e agentes econômicos monitoram atentamente os desdobramentos.