Índice de Atividade Econômica (IBC‑Br) registra retração de 0,7% em maio

Rio de Janeiro, 14 de julho de 2025

O Banco Central divulgou nesta segunda (14) uma prévia do PIB brasileiro que surpreendeu negativamente: o IBC‑Br recuou 0,7% em maio, interrompendo quatro altas consecutivas e ficando abaixo das expectativas do mercado, que previam estabilidade para o período .


Desempenho setorial

  • Agropecuária foi o principal motor da queda, com recuo de 4,2% frente a abril.
  • Indústria também desacelerou, registrando queda de 0,5%.
  • Serviços, o maior segmento da economia, se manteve praticamente estagnado, sem variação relevante.

Excluindo o desempenho da agropecuária, o recuo do indicador atinge 0,3%.


Contexto e reações

  • A leitura mensal contrasta com o crescimento anual, que ainda acumula aumento de 3,2% sobre maio de 2024 e queda de 4,0% em 12 meses.
  • Um dos reflexos da política monetária mais dura — com a Selic em 15% ao ano — e do encolhimento da atividade no campo.

Analistas, como Rafael Perez da Suno Research, afirmam que com o “esgotamento do impulso do agro”, o impacto dos juros pode se intensificar nos próximos meses, sugerindo uma desaceleração mais ampla.


Efeitos no mercado financeiro

  • A retração no IBC‑Br já provocou redução nos juros futuros de curto prazo, reforçando apostas de que a Selic será mantida estável ou até cortada em 2026.
  • Todavia, os juros longos subiram em resposta à perspectiva de risco prolongado e pressão cambial .

O que vem por aí

  1. Copom do BC – A reunião final de julho será decisiva para definição do futuro da Selic.
  2. Pressões externas – O anúncio das tarifas americanas sobre produtos brasileiros pode acrescentar incertezas ao cenário.
  3. Cenário para o PIB – Expectativa do mercado aponta crescimento de 2,23% em 2025, segundo o Focus; o governo projeta 2,5%.

Conclusão

O IBC‑Br de maio demonstra que fatores como juros elevados e recuo nas safras podem travar o ritmo da atividade econômica. Os próximos meses serão cruciais para o BC encontrar o equilíbrio entre frear a inflação e estimular o crescimento, enquanto o mercado e agentes econômicos monitoram atentamente os desdobramentos.

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