Em meio a tensões crescentes entre Brasil e Estados Unidos, o anúncio de tarifas pelo governo americano desencadeou um efeito dominó que vai muito além da economia, atingindo diretamente o núcleo da direita brasileira e complicando ainda mais o tabuleiro político local.
Segundo o colunista William Waack, a ação comercial é impulsionada por motivações ideológicas e impacta a estratégia política bolsonarista no país. O argumento é que o episódio — marcado pela aplicação de uma sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros — pode gerar desgaste eleitoral para grupos alinhados com Trump e Bolsonaro.
O endurecimento de Washington decorre de movimentos do Judiciário brasileiro que afetam empresas de tecnologia norte-americanas. Na avaliação de Waack, a medida não é apenas econômica, mas sim um recado ideológico contra certos setores da direita nacional .
Narrativas em confronto
Análises de redes sociais mostram que ambientes conservadores, como grupos do WhatsApp, inicialmente celebraram a tarifa como uma vitória simbólica. Mas logo reorientaram suas críticas contra o governo Lula, apontando o presidente petista como responsável pela medida.
Diferentes vozes dentro da direita radical criticam a postura moderada de líderes como Eduardo Bolsonaro, reforçando a divisão interna. Muitos temem que essa fragmentação prejudique a coesão e retire força do bolsonarismo como alternativa unificada.
Impacto no jogo político
De acordo com Waack, o “tarifaço” representa uma espécie de “dardo” lançado por Trump, mas com consequências de longo alcance: enfraquece setores da direita brasileira que se publicamente alinharem ao ex-presidente americano. Além disso, perguntas surgem sobre a capacidade estratégica de líderes conservadores em apresentar respostas contundentes e coesas.
Esse momento pode ser interpretado como um divisor de águas para a direita nacional. A decisão de Trump combinada com a exposição pública de divergências internas pode culminar em realinhamentos políticos, com reflexos importantes para o quadro eleitoral de 2026.
O que observar nos próximos dias
- Como figuras centrais da direita, como Eduardo e Jair Bolsonaro, vão reagir ao desgaste político gerado por essa tarifa.
- Se a pressão externa dos EUA se intensificará ou será revertida por diplomacia e articulações multilaterais.
- De que modo o eleitorado conservador irá responder à divisão entre grupos mais moderados e radicais do bolsonarismo.
Conclusão: O tarifaço dos EUA, embora tenha origem econômica, desencadeia uma crise política no Brasil. A iniciativa de Trump ecoa dentro da direita, provocando fissuras e testando a capacidade de coesão do bolsonarismo diante do julgamento público.
